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[ Especial de Natal ] A magia do Natal.

Natal é realmente uma data fantástica. Amigos, família, tudo maravilhoso... A menos que você esteja presa em um ônibus por conta de um engarrafamento gigantesco. Além disso, o ônibus está simplesmente lotado. Seguro o pacote com algumas coisas que comprei para a ceia de natal contra o corpo e espero que nada caia.

Respiro fundo e vejo que uma pessoa se levanta e deixa o assento ao meu lado. Rapidamente, um homem senta do meu lado, segurando um pacote igualzinho ao meu.

Olho de relance pra ele e reviro os olhos, percebendo que o rapaz que está ao meu lado é simplesmente o cara que mais odeio. Patrick Johnson, meu vizinho de apartamento.

- Hey Kat! Não tinha visto você aí. - Ele diz, sorrindo.

Reviro os olhos mais uma vez.

- Poderia me chamar de invisível. Seria melhor que isso.

Ele começa a rir e finalmente o ônibus anda mais um pouco.

- Escuta, onde vai passar o natal?

- Não interessa, cara.

- Pra mim, interessa.

- Há alguns segundos atrás você me chamou de invisível.

- Não, você que disse isso. Eu só disse que não tinha te visto aí.

- Dá no mesmo. - Dei de ombros.

Ele começa a olhar para frente, me deixando sozinha com meus pensamentos. Era bom aproveitar o silêncio, mas ás vezes precisamos de palavras mesmo que elas não venham como queremos.

- Olha, eu não sei o porquê desse seu ódio, mas...

- Não lembra então? - Disse, olhando fixamente pra ele.

Ele coçou a nuca e confirmou.

- Lembro. E sinto muito mas...

- Preferiu os populares do que a mim.

- Não foi isso, eu só...

- Tudo bem. - Disse, dando de ombros e virando pra frente novamente. A verdade é que aquilo ia acabar não levando a nada, assim como todas as conversas que tivemos depois da rejeição dele.

Aconteceu no Ensino Médio. Éramos ligados demais e por vezes eu achava que éramos um só sabe? Gostos parecidos, frases feitas, gestos só nossos e tudo mais mas aí ele simplesmente se afastou depois de arranjar uma namorada qualquer e mudar totalmente. Depois disso, entrei na Faculdade e quando me mudei, qual não foi minha surpresa ao perceber que ele seria meu vizinho. Desde que me viu, ele tenta resgatar nossa amizade, mas eu simplesmente não quero voltar atrás. Não é orgulho, é só receio de dar errado como deu da primeira vez. Receio de ser passada pra trás novamente, de quebrar o coração mais uma vez.

- Eu quero deixar claro que não esqueci você. Eu era imaturo demais, idiota demais pra perceber o quanto você estava sofrendo. No fim das contas, o que mais sofreu fui eu. Com um grande pé na bunda e sem o colo da minha melhor amiga.

Virei para olhá-lo e o ônibus deu uma guinada, fazendo com que eu fosse para a frente e ficássemos cara a cara. Meu coração começou a bater e a vontade de abraçá-lo era tão grande que não suportei e o fiz.

Vários anos longe e agora tão perto. Talvez o natal fosse pra isso mesmo. A magia nos contagia e nos leva a lugares que nunca imaginaríamos estar e é isso que faz essa data tão especial. A surpresa.

4 comentários

  1. Aaaaaaaah que fantástico!!
    Adoro seus contos e textos (e acho que você já sabe disso). Mas, enfim, ta pfto!!
    Bjao de sua fã número um

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  2. E eu sou a número 2! rsrsrsrsrs
    Lindo <3

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